quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Sou o Solo da Minha Pátria

Minhas revisões são o horizonte...  Não seja rochas inalteradas, nem pense que os fragmentos não vão lhe acompanhando. A riqueza do subsolo, solo de superfície, vamos até o húmus se decompondo em vírus da paz. Somos camadas orgânicas, temos que fertilizar, inovar, para poder receber nutrientes do solo.
Construir nosso lar ao meio do tempo, respirar ar puro, para que as nossas raízes sobrevivam aos humanos. Minhas zonas de formação saem dos meus poros latossolos. Meu favo de vida! Tenho células férreas e mel. Minha essência se banha em sua presença, sou brunizen, árvore fértil.
Meu singelo herói, dentro de mim a cor dos meus olhos casam com os seus. Ficaram implantados no medo da minha ternura, no desértico.
Feliz seja a Pátria que me pariu, nela irei até o fim. Farei olhos de aço, sou rosa preferida no seio da terra seca. Doces são minhas águas.
Meu Nordeste que poderia ser hidromórfico, quero contar as coisas que de bom seu solo traz. No meu humilde canto que, de tão bela a  fauna e a  flora, vou afugentando os picanços que vagueiam em números, a caça de tão belos pássaros.
Pátria que me pariu dos nascentes de onde vim, salinos ou halomórficos. Pelos campos, cheiro de mato seco, terra seca, em plena primavera. Uma onda de poeira como um manto marrom pelo meio do semiárido, ora me parece grumossolo...  Largo, exuberante fertilidade, como nenhuma terra tem espaço para flor mais bela. Solta no meu sertão, meu chique-chique pelejador. Ali resiste aos tapetes de poeira solta em meio a solidão do deserto sertanejo. Cantar e trabalhar por esse reino, minhas zonas azonais, quem dera ver solos recentes. Me pareço uma beata nessa aurora. Esse reino poderia ter homens a fazê-lo fecundo.
O homem é o rei de gosto e prazer, recebeu esse título de donos das terras. Pode ele gerar o trigo e formar a paz, mas nunca gerar nada tão belo quanto a natureza.
A  terra de onde vim, vasto reino, vou cantado o orvalho toda manhã em folhas que vejo tão verdes...  Meu pensamento com sabor de água fresca numa pequena estação de chuva.
Que pena, meu pequeno reino, quando lhe contemplam. Vem os aluviais, se aprumam os tratores rígidos, sem nada ter a fazer.
A Pátria que me pariu é vasta, sorriso amplo, de larga esperança. Vim de uma parte seca, mas não deixo de ver que de outros lados se contempla as mais belas cachoeiras, colinas e bosques.

2 comentários:

  1. Nossa minha querida :) Adriana Versus,
    Que espetáculo de texto amiga...
    Chegou a arrepiar.... Parabéns minha amiga, desejo toda luz em sua vida!!

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