domingo, 12 de janeiro de 2014

Me Purifico À Força

               Certas amizades assustam, sempre fui muito sozinha, sempre busquei ser leal, digna. Mas aparece cada uma em nossas vidas. Eu detesto pessoas dengosas, cheias de frescuras, principalmente pessoas que se fingem de doentes para chamar a atenção. Encaro isso como carência, acho que foram pessoas desprovidas de carinho na infância ou então, carinho em excesso. Mas nem todas as vezes você está com saco para aquentar certas frescuras e o pior é escutar, e ter que escutar sem poder dar um fora ou sair de fininho. Nossa! Que angústia a gente  passa, né! Pense ai, você não poder dizer nada, porque se disser, você é mal educado e chato. E o pior, ainda arranja uma inimizade.
                 Eu prefiro aquentar do que arranjar inimizades. Então penso, pior seria se eu tivesse num deserto, o sol quente e uma sede danada. Acho também que é um teste que o Divino faz comigo para ver a minha capacidade de amar e ver o belo onde eu acho que não exista. Em alguns poucos instantes, dentro de mim, entre meu infinito, me retrato nessa realidade. Num certo dia de verão encontrei uma senhora. Ela estava passando férias aqui, nada conhecia e começamos a conversar. Logo ela descobriu que eu era solitária e se convidou a passear comigo. Era final de semana, não achei nada demais. Logo no outro dia nos encontramos e começamos a explorar o litoral, apreciar belas praias, desfrutar do aconchego do sol. As inúmeras praias, cada uma com sua beleza única, e a maré baixa, água azuladinha da cor do horizonte, nossa! É como você flutuar acordada, levitar ao pôr do sol, com os boleros de Ravel. Em outro dia resolvemos conhecer uma praia bem badalada, daquelas que todos chamam de paraíso, mas, infelizmente, chegando lá encontramos uma barreira caindo, maré cheia. Mesmo assim entramos numa espécie de gruta, estendemos as cangas na areia, era um lugar único para repousarmos. Eu fiquei como vigia, não consegui descansar e de repente pensei besteiras: meu Deus! Será que isso são grutas encravadas na terra? Quando olhei ao meu redor, vi só água. Dei um grito alarmante, pegamos nossas coisas correndo e saímos atônitas da gruta, a água no meio das canelas. Não estava entendendo o que se passava naquele momento, ela fotografando tudo e achando lindo. E eu, apavorada, olhei para ela e disse: nem mais um pouquinho aqui, nem mais um gesto de beleza meu aqui nesse momento. Quero é ir para casa tomar um belo banho e ninar meus mascotes (cãezinhos).
No caminho eram reclamações e saudades do seu amor que não pôde vir. A labirintite chegando, a fome aumentando, a incerteza de ir assim com roupas de banhos para o restaurante típico, nada decidia se ia primeiro em casa ou ficava assim mesmo. Pense numa tortura para quem está dirigindo e ouvindo, nada de opinião resolvia. Me senti numa manifestação milenar de alguns monstros da noite celeste, na tentativa de engolir a lua.
                Me deu uma crise de risos, meus neurônios estavam tortos e doidos, na minha vida de tempos em tempos, me enviam alguém que não é apenas humano, acredito que seja o Divino através do seu espírito e da sua superioridade testando minha inteligência. Me escrevo no livro da paciência, procuro viver coisas que vêm de algum lugar para me compôr de beleza interior e ao mesmo tempo me contemplo, como pássaros, entre as nuvens, sentindo dentro de mim o desejo de voar transformando uma parte do meu ser em céu.
                Dai passo a enxergar pessoas assim como uma constelação, mentes iluminadas, beleza de espírito humanos. Com suas palavras estão me ajudando a me purificar...   Eu prefiro pensar assim para não pirar.
         
             

3 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Adriana versus versus , amei essa historia, me vi como personagem , pois os tópicos conscide com acontecimento vivido por mim.Tambem por ter passado problemas com amizade com pessoas complicadas , resolvi sair sozinha , assim, não tenho problemas .

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  2. Ângela de oliveira - parabens Adriana versos versos , você é arretada

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  3. Muito obrigada querida pelo o seu comentário, mas é a pura verdade.

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